O gentílico

Antes da fundação de Montalvânia, os habitantes do vale do rio Cochá eram chamados pelos moradores de Manga de "Cochazeiros", em sentido pejorativo.


Antônio Montalvão não gostava desse termo menosprezível e, quando fundou a cidade, criou o gentílico COCHANINO, como ele explica:
- Havia no norte de Minas Gerais um grande núcleo de lavradores que, embora trabalhassem com excesso de sol a sol, embora produzissem em abundância de tudo e para todos, embora fossem humildes e honestos viviam na miséria!
Eram depreciativamente conhecidos por - COCHAZEIROS, porque moravam nas margens do Rio Cochá - terras ricas, terras de boa cultura.

E por que tanto trabalho, tanta produção, tanta humildade e honestidade, ao lado de tanta miséria?

Simplesmente por um fato: viviam amordaçados pelos falsos condutores do município, que não lhes permitiam a liberdade de votar, de escolher bons candidatos; viviam encabrestados pelos sabichões da política que lhes negavam escolas ou conhecimentos da civilização, pois, vivendo na ignorância como animais inferiores, era mais fácil obrigar-lhes imposições; viviam peados no isolamento, sem estradas para transportar a si e aos seus produtos, poque a miséria sempre requer protetores, sempre precisa de favores dos espertalhões.Assim era. Hoje não o é mais.

Os - cochazeiros cansaram-se das promessas ocas, das mentiras toscas e das tapeações desavergonhadas, reagiram contra tanta insolência, fundaram uma cidade sua (Montalvânia) dentro de suas matas, tornaram-se livres do jogo político e independentes do entrave econômico, e hoje, altaneiros, são conhecidos e respeitados como os - COCHANINOS.

E complementou ao vencer as eleições para prefeito de Manga e emancipar Montalvânia, com esta alusão: - "Foi de ideias que nasceu Montalvânia, foi dessa espiritualidade cristalina como as águas do Cochá que o cochazeiro saiu do seu aprisionamento, do casulo do coronelismo, tornado-se no cochanino liberto, tais são as diurnas borboletas e adejar flores vivas e a voejar pela brisa liberal".