História

Martins  o  Topador



Esta historia é verídica.
Acontecimento ocorrido no inicio da fundação de Montalvânia.

Eu muito pequeno, mas tinha uma grande admiração por um moleque bem mais velho que eu. M a r t i n s era seu nome. Moleque desnutrido, quando sem camisa podia contar suas costelas, porem esbanjava energia e coragem. Não tinha medo de alma penada, muito menos de onça, alem do mais muito papudo.

Sempre que alguém perguntasse quem faria uma tarefa difícil a molecada já gritava em coro: O Martins faz!
O Martins tem coragem!
Quem tem coragem de pular do guarda-mao da ponte do Rio Cochá?
O Marits tem!
O Martins pula!
Antes de aparecer outro concorrente, lá estava Martins, já sem camisa, braços abertos, parecia ate que pairava no ar.
Tibum!
La embaixo aparecia Martins, meio tonto, vomitando água, mas tarefa cumprida.

Época dourada dos circos, pequenos circos onde o dono era o palhaço, o mágico, o cantor, o toureiro e o relações publica. La estava Martins tambem. Função: Ajudante de mídia do palhaço, nas ruas empoeiradas. Canto que ate hoje não sai da cachola. "O tatu subiu no pão! (dizia o palhaço) Respondia Martins' É mentira do palhaço!
Piabinha da lagoa!
Entoava Martins,'Eu vou pegar'!
Ah!
Ingresso para o show tava garantido.

Para abrilhantar o espetáculo, foi o palhaço na fazenda de João Soares e arrumou um boi emprestado; Muito grande, um zebu, cara preta.
Cara de nenhum amigo.
Estando o touro já no picadeiro, no momento do espetáculo, galanteia o palhaço: Quem tem coragem de topar este touro?
Toda molecada presente em côro; O Martins tem!
O Martins topa!...
Antes de terminar aquele alvoroço, lá estava Martins no picadeiro, guiada (ferrão) na mão, nas pontas dos pés partiu rumo ao touro por sua vez parte o touro rumo á Martins, bufando vento pelas narinas.

Em questões de segundos haveria um duelo.

Não tinha como retroceder.
Erra o alvo nosso herói, mas o touro não.
Jogou Martins fora do picadeiro. Foi um silencio total, ouvia apenas os gemidos do Martins e murmurava alguns palavrões de baixo escalão.

Antes de desmaiar ainda teve forças para levantar e soltar uma frase: 'Eu quero saber quem foi o desgraçado que falou que eu sei topar garrote?!
Martins terminou sua infância morando em Canoas, lugar próximo a Montalvânia. Casou, teve filhos e tempos depois deflorou uma donzela em Canoas e fugiu com a família para Goiás. Não sei se faz estripulias até hoje.

Enviada por: Pedro