Vias  públicas



Avenida Mama Cocha

Uma grande avenida no bairro Novo Horizonte chama a atenção por seu nome estranho e que lembra a grafia do nosso rio Cochá: Mama Cocha. Assim mesmo, sem o acento agudo no a.

Saiba quem foi esse ser mitológico que deu nome a essa importante avenida de nossa cidade.

Mama Cocha ou Mamacocha era a deusa inca de todas as águas. A Mãe das águas, deusa dos oceanos e dos peixes, protetora dos navegantes e dos pescadores.

Ela representava o mar e suas marés, estava relacionada com os lagos, rios e fontes de água, e se considerava que seus filhos eram os mananciais. Comumente fazia-se um culto para acalmar as águas bravas e para obter boa pesca.

Mama Cocha era reverenciada especialmente ao longo de toda a costa dos territórios atuais de Peru, Equador, Sul da Colômbia e Norte de Chile; onde a pesca sempre foi essencial para a vida.

Esta deusa inca também era venerada nos povoados próximos a lagos e lagoas. Uma dos trabalhos principais de Mama Cocha consistia em proteger as populações incas contra os maremotos e outros desastres marítimos.

Mama Cocha era a esposa do deus supremo Viracocha. Também era a deusa que representava todo o que era feminino e, do mesmo modo, dava equilíbrio ao mundo conhecido.

Era uma das Quatro Mães elementares; as outras três eram a Pacha Mama, Mama Nina e Mama Waira.

Mama Cocha, junto com Mama Quilla (A Lua) e Pacha Mama, constituíam a trindade lunar entre os incas, representando as fases lunares.

Mama Cocha habitava o "mundo de acima", isto é, o Hanan Pacha. No império Inca se concebia que o universo estava composto por três aspectos ou planos compementários entre si: Uku Pacha (mundo de abaixo), Kay Pacha (mundo do presente) e Hanan Pacha (mundo de acima). Mama Cocha habitava o último junto com as pessoas justas e com outros deuses incas como: Viracocha, Apu Inti, Mama Quilla e Pachacamac, entre outros.

Conta uma antiga lenda inca que Mama Cocha era filha do Sol e da Lua. Também era irmã de "Inca" (o Filho do Sol) e fisicamente era descrita como uma jovem pálida e formosa, enviada do céu com seu irmão para ensinar as pessoas a viver e a trabalhar em paz e em amor. As pessoas, ao conhecê-la, reconheceram-na como sua mãe protetora e sua guia e fizeram casas e caminhos, templos e fortalezas. Assim lavraram a terra, que em pouco tempo deu seus frutos.
Fernando Abreu

Jornalista



    Voltar