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Rua Sólon

Sólon foi um poeta, aristocrata e estadista grego, sendo mais conhecido como legislador e poeta lírico. Nasceu em Atenas no ano 640 a.C. em berço nobre, tendo sua família empobrecido posteriormente, forçando-o ainda jovem a dedicar-se ao comércio, profissão considerada menor e vil entre a sociedade grega clássica.

Foi um dos fundadores da democracia ateniense. A imagem que deixou para a posteridade é a de um líder que agia com firmeza, moderação, sabedoria e integridade, sendo conciliador por natureza.

Acredita-se que descendia de Codro, antigo e lendário rei de Atenas, sendo as informações sobre sua vida bastante escassas, a maioria proveniente de sua própria poesia e de duas outras fontes menores, de obras de Plutarco e Diógenes Laércio.

Atinge enorme prestígio ao liderar os atenienses em batalhas, com destaque para a tomada da ilha de Salamina, na época dominada por Mégara (importante cidade-estado da Grécia Antiga). Além desta mais famosa, todas as suas outras empreitadas militares foram bem sucedidas, o que fez com que Atenas entrasse num período de prosperidade e ascensão dentre as outras cidades-estado gregas.

Por meio de sua eleição como arconte, em 594 (título dado ao nobre da assembleia de Atenas, algo semelhante a um magistrado), Sólon recebe da população de Atenas poder absoluto baseado na sua alegada capacidade de dirimir as questões e pendências de modo sábio e satisfatório. Alguns historiadores acreditam que ele recebeu seus poderes ilimitados após algum tempo como arconte, mas o fato é que tal liberdade para agir deu-lhe autonomia para iniciar as reformas que o fariam famoso.

É a Solon que devemos a noção de democracia (em grego, daimos = povo e kratia = governo, formando então, governo do povo). Na época em que ele ascendeu como líder, Atenas era dominada por uma aristocracia hereditária, cujos integrantes eram chamados de eupátridas. Os eupátridas possuíam as melhores terras e monopolizavam o poder e o sistema em voga, todo ele baseado na riqueza de seus integrantes. Como era de se esperar, tal panorama gerava frequentes lutas políticas, já que os cidadãos eram privados de qualquer direito, tornando-se muitas vezes devedores dos eupátridas, e como era costume, muitos acabavam como escravos por não conseguirem saldar suas extorsivas dívidas.

Ao assumir o poder, Sólon iria combater tal realidade social, econômica e política, anistiando as dívidas dos camponeses, proibindo a escravidão por dívidas, abolindo a hipoteca sobre pessoas e bens, libertando os pequenos proprietários servindo em regime de escravidão, impondo limites à extensão das grandes propriedades agrárias, e finalmente e mais importante, diminuindo os poderes e arbitrariedades dos nobres. Reformou as instituições políticas e deu direito de voto aos trabalhadores.

O programa político de Sólon era veiculado por seus poemas, do qual restam fragmentos e citações. Seus versos, lidos como documento histórico, dão a dimensão dos conflitos de interesse em que atuou como mediador. As opiniões do legislador sobre moral e religião norteavam-se pelo respeito a cada homem e pela lealdade para com o estado, o interesse coletivo ao qual subordinou sua vida. Apesar de ter deixado o poder de fato nas mãos dos ricos, os fundamentos político-jurídicos de que dotou a cidade permitiram o advento da democracia após a tirania dos psistrátidas.

Morreu por volta de 560 a.C.
Fernando Abreu

Jornalista



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